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A imprensa não está acima da sociedade

Por Carlos Heitor Cony, para JORNAL DO COMMERCIO

A Associação Nacional de Jornais está comemorando 30 anos de existência e denunciou 31 casos de violação à liberdade de imprensa no Brasil. Devem ser casos na maioria recentes, uma vez que, no período da ditadura, mesmo nos últimos anos do regime totalitário, simplesmente não havia liberdade de imprensa e não havia o que violentar.

Tenho alguns anos nas costas como profissional. Eu próprio já fui enquadrado na Lei de Segurança Nacional e na extinta Lei de Imprensa. Sou dos poucos jornalistas que, além de ser proibido de escrever certas matérias, foi condenado e cumpriu pena. Apesar disso, sempre fiz uma distinção quando se fala em liberdade de imprensa.

Uma pessoa ou entidade que processe um jornal ou um jornalista, uma vez que se sentiu prejudicado por uma informação ou comentário, tem o direito de recorrer à Justiça. Afinal, vivemos ou pretendemos viver num Estado de Direito. Temos os códigos Penal e Civil, que regulam a matéria, sem necessidade de uma lei específica. Cabe à Justiça administrar este Estado de Direito, que inclui a prerrogativa de um cidadão recorrer toda vez que se sinta difamado, caluniado etc. É evidente que cabem recursos no trânsito da Justiça, uma corte superior por confirmar ou reformar a sentença anterior. Elementar.

Acho exagerado o fervor de certos setores da imprensa em reclamar de processos ou de sentenças da Justiça, considerando violação de uma liberdade a qual todos têm direito, desde que não fira direito de terceiros.

Afinal, a imprensa não é uma vestal inatacável, acima de qualquer valor da sociedade. Ela está sujeita ao Estado de Direito, que dá liberdade a qualquer cidadão, jornalista ou não. O fato de um juiz aceitar um processo não é uma violação.

Lula tem de fazer mais por Honduras

Por Marcos Nobre, da FOLHA DE S.PAULO

Enquanto o governo de George W. Bush ignorava a América Latina, o Brasil brincou de líder regional. Depois da tentativa de golpe contra Hugo Chávez, em dezembro de 2002, o governo brasileiro organizou o “grupo de amigos da Venezuela”.

Com o governo Bush já nos seus estertores, o Brasil teve papel protagonista no caso da crise boliviana de setembro de 2008, quando foi convocada reunião de emergência da Unasul, entidade regional que ninguém mais lembra o que significa ou para que serve.

Com razão, o governo brasileiro hoje condena veementemente o golpe em Honduras. Mas, no momento, essa condenação não colabora de fato para a superação de um impasse que pode bem acabar em tragédia. Não se vê nenhuma iniciativa brasileira para criar um “grupo de amigos de Honduras” ou algo similar. Não se vê o Brasil buscando uma solução negociada para o conflito. E a razão é simples: o Brasil não se mexe porque acredita que os EUA retomaram seu lugar de líder inconteste das Américas.

Brincar de líder regional quando o dono do pedaço tira férias é fácil

Pode até ser que isso seja verdade no atacado. Mas não no caso de Honduras. O governo Obama pode dizer que resolveu tomar uma posição prudente e que buscou reforçar o papel institucional da OEA (Organização dos Estados Americanos), mas o fato é que resolveu fingir-se de morto. Tem lá suas razões para isso. Não por uma qualquer importância estratégica insuspeita do país centro-americano na geopolítica mundial.

Mas porque o caso de Honduras pode produzir o primeiro grande precedente de intervenção política externa da era Obama. Entrando diretamente no conflito, os EUA poderão ser acusados de abusarem de seu poderio militar e econômico contra um pequeno país bananeiro. Se mantêm sua posição dúbia, podem ser considerados oportunistas que não defendem de fato a democracia.

De maneiras diferentes, os governos de Bill Clinton e de George W. Bush foram extensões canhestras da Guerra Fria. O primeiro inventou a guerra humanitária. O segundo, a guerra preventiva. Obama veio para enterrar esses esqueletos e negociar uma nova “pax” americana. Mas o roteiro está sendo escrito à medida que o filme vai sendo rodado. E Honduras não estava no script. Só que o impasse está instalado e não vai se dissolver no ar. A estratégia protelatória e risível de “ultimatos” da OEA já se esgotou. O confronto é iminente. E o governo Obama simplesmente lavou as mãos.

É justamente nesse momento de inação do governo norte-americano que o Brasil deveria aparecer e dizer a que veio. Brincar de líder regional quando o dono do pedaço tira férias é fácil.

Ombudsman da ‘Folha’ pede revelação de fonte da falsa ficha de Dilma

Por Carlos Eduardo Lins da Silva, da FOLHA DE S.PAULO

Desde 24/4/2008, Lins da Silva é ombudsman da "Folha" e tem papel de crítico interno e defender interesses do leitor

Desde 24/4/2008, Lins da Silva é ombudsman da "Folha" e tem papel de crítico interno e defender interesses do leitor

Pela quarta vez, volto ao tema da reportagem de 5 de abril em que reprodução de suposta ficha criminal da ministra Dilma Rousseff dos tempos da ditadura foi publicada.

Depois de a ministra ter contestado que a ficha fosse autêntica, o jornal reconheceu não ter comprovado sua veracidade. Considerei insuficientes as justificativas para os erros cometidos e sugeri uma comissão independente para apurá-los e propor alterações de procedimentos para evitar repetição.

A Redação, no entanto, considerou a averiguação encerrada. Na semana retrasada, a ministra me enviou laudos por ela contratados que atestam a falsidade do documento.

Ao noticiar a existência dos laudos no domingo, o jornal, em termos tortuosos, sugeriu que ainda há dúvida sobre a fidedignidade do documento porque o original cuja reprodução ele publicara não foi examinado.

Se a Folha quer mesmo esclarecer o assunto, é simples: deve identificar a fonte que lhe enviou eletronicamente a ficha (assim, o público avaliará sua credibilidade) e instá-la a fornecer o documento original para exame de peritos isentos e pagos pelo jornal.

Só isso elucidará o caso, embora para leitores especializados em artes gráficas, nem seja necessário. Alguns me mandaram material convincente para comprovar a fraude.

Um deles, André Borges Lopes, diz que “trata-se de falsificação tão grosseira que qualquer técnico do departamento de arte do jornal poderia detectar os indícios de fraude em cinco minutos de análise”.

‘O Globo’ critica Dilma por ser ‘intolerante com corrupção’

A ministra Dilma Rousseff (PT) é intolerante com o despreparo, a corrupção e o desperdício de dinheiro público e, ao cobrar o cumprimento das tarefas, chega a ser mal educada.

Lendo a afirmação acima, você, leitor, jamais imaginaria de que se trata de uma crítica. Pois para “O Globo” ser “intolerante com o despreparo, a corrupção e o desperdício de dinheiro público” é ruim (!!!).

O Arena espera que o candidato de “O Globo” seja tão ou mais intolerante.

Filha de tucano já foi colaboradora de ‘Blog do Noblat’, em ‘O Globo’

ATUALIZADA EM 4/7/09, àS 13h16

A informação de que a filha de uma das principais vozes da oposição, o senador Arthur Virgílio (PSDB), não só trabalharia, como escreveria sobre política para o “Blog do Noblat”, hospedado por “O Globo” – apurada pelo Arena – é verdadeira em parte.

Nicole Arduini, segundo Ricardo Noblat, foi estagiária por seis meses até o ano passado.

Noblat, que entrou em contato não por e-mail, mas por comentário (leia em “comentários”), disse que Arduini “escreveu meia dúzia de notas”, mas “nenhuma que envolvesse o pai”. O print abaixo desmente o jornalista.

Reprodução da nota de Nicole Arduini, suposta filha de Arthur Virgílio (PSDB)

Reprodução da nota de Nicole Arduini, suposta filha de Arthur Virgílio (PSDB)

O Arena perguntou a Rodolfo Fernandes, diretor do jornal, se era verdade, se “O Globo” tinha conhecimento, se ele vê impedimento e se o jornal sabe como é feito o processo de seleção dos colaboradores de Noblat. Ainda não obteve resposta.

Criador do Real é acusado de dar golpe com Plano

O economista e tucano André Lara Resente é acusado de ajudar a definir as regras do Plano Real e ao mesmo tempo operar no mercado para enriquecer. As revelações estão no livro “Cabeças de Planilha”, do jornalista Luiz Nassif.

André Lara Resende é apontado como principal beneficiário na implantação do Plano Real

André Lara Resende é apontado como principal beneficiário na implantação do Plano Real

“(…) algumas instituições começaram a atuar pesadamente no mercado de câmbio, apostando na apreciação do real (…), a mais agressiva foi a DTVM Matrix (…) com capital de R$ 14 milhões passou a ter uma carteira de R$ 500 milhões. Seu principal sócio era André Lara Resende”, diz o livro na página 197.

Nassif, que ouviu economistas envolvidos na criação do Plano Real, diz que o enriquecimento do banco é público, com a publicação de balanços.

“André Lara Resende via o plano como uma forma de enriquecimento e ascensão social. Depois de enriquecer com o Real, realizou sonhos adolescentes de comprar carros e cavalos de corrida – que transportou de avião para Londres, quando resolveu passar uma temporada por lá”, diz o jornalista na página 211.

Para ler a entrevista completa, inclusive em que aparece qual seria a partipação de Fernando Henrique Cardoso, clique aqui.

Sobre a possível criação da CPI do Plano Real, em que se investigaria quem enriqueceu de forma ilícita, Paulo Henrique Amorim entrou em contato com Luiz Sérgio (PT-RJ) – líder do PT na Câmara -, Arthur Virgilio (PSDB-AM) – líder do PSDB no Senado -, José Agripino (DEM-RN) – líder do DEM (antigo PFL) no Senado -, Ideli Salvatti (PT-SC) – líder do PT no Senado -, Romero Jucá (PMDB-RR) – líder do governo no Senado -, Júlio Redecker (PSDB-RS) – líder da oposição na Câmara -, Rodrigo Maia (DEM-RJ) – Presidente Nacional do DEM -, José Múcio Monteiro (PTB-PE) – líder do Governo na Câmara -, Mario Negromonte (PP-BA) – líder do PP na Câmara -, Márcio França (PSB-SP) – líder do PSB na Câmara -, Marcelo Ortiz (PV-SP) – líder do PV na Câmara -, Chico Alencar (PSOL-RJ) – líder do PSOL na Câmara -, Renildo Calheiros (PCdoB-PE) – líder do PCdoB na Câmara -, Fernando Coruja (PPS-SC) – líder do PPS na Câmara -, Luciano Castro (PR-RR) – líder do PR na Câmara -, Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) – líder do PSDB na Câmara -, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) – líder do DEM na Câmara -, Francisco Dornelles (PP-RJ) – líder do PP no Senado -, Renato Casagrande (PSB-ES) – líder do PSB no Senado -, José Nery (PSOL-PA) – líder do PSOL no Senado -, Inácio Arruda (PCdoB-CE) – líder do PCdoB no Senado -, João Ribeiro ( PR-TO) – líder do PR no Senado – e Epitácio Cafeteira (PTB-MA) – líder do PTB no Senado.

Até o fechamento desta post, apenas Fernando Coruja (PPS-SC), Romero Jucá (PMDB-RR), Epitácio Cafeteira (PTB-MA) e Ideli Salvatti (PT-SC) responderam. Disseram não ter intenção de pedir a abertura da CPI.

‘Fora Sarney’ esconde propositos suspeitos

“A concentração sobre José Sarney das más responsabilidades no Senado, acompanhada das pressões para forçar seu afastamento da Presidência [da casa], tem mais indícios suspeitos do que evidências de propósitos sérios”. Esta é a opinião de Janio de Freitas, um dos mais experientes jornalistas do Brasil.

PSDB planejaria golpe contra Sarney por instinto de autoproteção

PSDB planejaria golpe contra Sarney por instinto de autoproteção

Freitas – já cobriu (e cobre) muitos dos acontecimentos mais importantes da história recente da República – desconfia dos interesses por de trás da pressão para o afastamento de José Sarney. Janio de Freitas não é lulista, muito menos petista. Ao contrário. Faz parte do Conselho Editorial da “Folha de S.Paulo”.

“Primeiro, os atos em questão não foram praticados no mandato da atual Mesa Diretora, empossada no começo do ano”, diz. “Realizados por iniciativa ou assentimento de diferentes Mesas Diretoras no decorrer de anos, [os atos secretos] envolvem número farto de seus componentes e (…) benefícios para integrantes de todos ou quase todos os partidos”.

E alerta: “a ofensiva do PSDB pela saída de Sarney tem particularidades”.

“Quando haverá outra oportunidade de ter um integrante do partido na Presidência do Senado, controlando a pauta, as votações, os pedidos de CPI e tanto mais”, pergunta, lembrando que Marcone Perillo (PSDB-GO) é vice-presidente e assume no caso de Sarney deixar o cargo.

Mais ainda. Para Janio de Freitas, o PSDB no lugar de Sarney é “a certeza” de que a posse da Presidência servirá para “proteger” tucanos comprometidos, “como já se sabe haver durante este governo e também no anterior”.

A renúncia de Sarney

Começou por Veja.com, no blog de Lauro Jardim, “Sarney decide sair”, passou pelo Twitter, com Junior Lima – sim o irmão de Sandy – repercutindo, e ganhou o IG.

Às 14h35, Globo.com, UOL, Folha Online ainda não confirmam, apenas dizem que Sarney espera reunião com Lula para decidir.

Michael Jackson derruba Google e sites de notícias

O Google News – agregador de notícias – teve problemas devido ao aumento do número de acessos, mas não foi o único. Sites que começaram a cobertura também – e principalmente – tiveram problemas.

O TMZ, que primeiro deu a informação da morte de Michael Jackson, saiu do ar várias vezes na quinta-feira, 25, e sexta, 26. O Arena tentou ao longo do dia e teve dificuldade em acessar TMZ, CNN.com, Google News.

CNN.com anunciou que chegou aos 20 milhões de pageviews (número de páginas visitadas) durante uma hora.  O Twitter também teve problemas.

“É verdade que entre aproximadamente 15h40 e 17h15, usuários do Google News tiveram dificuldade de acessar os resultados das buscas para consultas relacionadas a Michael Jackson e viram a página de erro”, confirmou à BBC o porta-voz do Google, Gabriel Stricker. Os erros também ocorreram entre 19h40 e 20h15, segundo a agência Associated Press.

A “Folha Online” informa aumento de 50% na audiência.

Apesar do sucesso, fim de sexta e começo de sábado, a notícia já era por “Folha” e “UOL” o fim das buscas pelos corpos e destroços do Air France. Mas continuou por “Terra” e outros.

Protestos no Irã são vontade da maioria?

É possível que a visibilidade – graças às novas tecnologia – dos protestos contra a reeleição Mahmoud Ahmadinejad, no Irã, não corresponda à vontade da maioria.

Manifestante atira pedra contra a polícia, em Teerã

Manifestante atira pedra contra a polícia, em Teerã

Mais: apesar da revolta oposicionista, é preciso ficar claro que não há provas, apenas indícios, de que a eleição tenha sido fraudulenta.

Até que se prove em contrário, Ahmadinejad foi reeleito por vontade da maioria (62,7%) dos iranianos. Concordam, os autores de estudo publicado três semanas antes do pleito de 12 junho.

A pesquisa de Ken Ballen e Patrick Doherty, encomendada por dois institutos americanos, previu vitória fácil de Ahmadinejad, com o dobro de votos do reformista Mir Hosein Mousavi (bem mais do que os oficiais 62,7% contra 33%).

“Enquanto a mídia ocidental retratava dias antes da eleição um público entusiasmado com Mousavi, nossa mostra científica colhida em todas as 30 Províncias do Irã mostrava Ahmadinejad bem à frente”, escreveram Ballen e Doherty aos jornais “Washington Post” e “Guardian”.

Ex-agente da CIA Robert Baer tem a explicação. “A mídia europeia errou ao concentrar sua cobertura pré-eleitoral nos bairros de classe média alta de Teerã, onde vive uma população que ama música americana e [que] está mais propensa a falar com jornalistas ocidentais”, diz.

Um dos mais fortes indícios de fraude está no fato de, em algumas províncias, o comparecimento ter sido superior aos 100%. O próprio governo iraniano admite irregularidades em cerca de 3 milhões dos votos – mas nada que mude a vitória de Ahmadinejad, que teve 11 milhões de votos a mais do que Mousavi.

“Esperamos que fatos novos surjam nas próximas semanas, incluindo evidências críveis de que a eleição foi fraudulenta”, diz Baer à revista “Times”, mas alerta: “até lá devemos ter máxima cautela com os relatos sobre o Irã”.

O Arena já publicou sobre as eleições no Irã:

Autêntica ou não?

Irã já esperou tempo demais para ser livre

Autêntica ou não?

Por Nonato Viegas

tm2206200901Saiu no sábado por YouTube, chegou ao “Wall Street Journal” e “New York Times”, a imagem de uma mulher sangrando pela boca, nariz e olhos, no Irã. Antes, porém, com alertas sobre ser chocante e dúvida quanto à sua autenticidade.

O “Fantástico” – cada vez mais de entretenimento -, no entanto, deu a imagem como símbolo de resistência e disse que a mídia estatal iraniana “chama manifestantes de terroristas”. “Washington Post” também.

O outro lado, por sua vez, acusa as estatais americana e britânica (Voz da América e BBC) de estimularem protestos.

“Newsweek” e “NYT”, também no fim de semana, apelaram pela libertação de jornalistas supostamente presos no Irã. Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, já são 24.

 

HÁ OUTRA OPÇÃO?

Ainda no fim de semana, BBC Brasil faz reflexão se há outra opção para o “pragmatismo” de Lula e a “cautela” de Barack Obama em declarações sobre as eleições no Irã.

Tanto nos EUA como no Brasil a oposição reclama da postura de seus respectivos presidentes.

Sarney, Lula, imprensa…

Por Nonato Viegas

Comentário: não aguento mais a história do terceiro mandato. Lula não quer saber de terceiro mandato. Lula quer Dilma Rousseff como presidente. E, provavelmente, o Brasil a quererá também. Lula agora é cidadão do mundo, para a inveja de FHC, que nem do PSDB é “o cara”.

Sobre Sarney, o jornalista Paulo Henrique Amorim lança a tese: a crise no Congresso é o apoio a Lula. Diz o jornalista: “O Legislativo e Sarney tem muitos pecados. Tanto quanto o Executivo, o Judiciário. No PiG [Partido da Imprensa Golpista], [no entanto], os pecados são maiores”.

Segundo ele, no governo FHC a imprensa não era tão crítica quanto é agora. E pergunta se o “Legislativo ficou mais corrupto?”.

Apesar de não achar o Sarney um santo, nem considerar o IDH do Maranhão como o da Suíça, como o de São Paulo (de Serra) também não é, Paulo Henrique Amorim diz que Gilmar Mendes, um “santinho de pau oco…”, por fazer oposição a Lula, é bem tratado pela mídia.

Interessante, a tese…

Apurem-se as denuncias, então.

Filiação de Garotinho ao PR será dia 22, diz ‘JB’

Por Wagner Lemos

garotinho

Está próximo o dia da filiação do ex-governador Antony Garotinho ao PR. Será em 22 de junho – mesmo número da legenda -, a informação é do “JB” de hoje, 03.

De acordo com o jornal, a festa será no Rio e contará com a presença do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e do presidente do partido, o deputado Valdemar Costa.

Garotinho ficou conhecido aos 15 anos na Rádio Cultura de Campos onde narrava preliminares de jogos de futebol. Já no Rio, trabalhou na Rádio Nacional e na Tupi AM.

O também radialista, apresentador e locutor esportivo José Carlos Araújo da Rádio Globo AM, também conhecido como “Garotinho”, entrou com um processo contra o ex-governador.  Mas até hoje Garotinho usa o apelido.

O ex-governador trabalha atualmente na Rádio Manchete AM e na Melodia FM. De acordo com o Wikipédia, Antony é propietário da Rádio e jornal “O Diário”.

Sua carreira política iniciou com a filiação ao PT, de onde saiu rapidamente para ingressar no PDT, de Leonel Brizola.  Foi prefeito de Campos dos Goytacazes por duas vezes (de 1989 a 1992, depois de 1997 a 1998) até deixar a Prefeitura para se tornar governador do Estado do Rio de Janeiro com a coalizão entre PT, PDT, PSB e PC do B.

Em 2002, Leonel Brizola rompeu com Antony Garotinho, que saiu do PDT e ingressou no PSB, onde concorreu à Presidência da República. Em 2003, mudou-se para o PMDB.

Quando era radialista em Campos, agia, supostamente de forma assistencialista. Organizava enterros comunitários – já que  o serviço funerário da Prefeitura não provia enterro a indigentes -, noticiava óbitos e organizava coletas de dinheiro para pagamento dos funerais.

Eleito governador do Estado, teve seu mandato marcado por problemas na gestão da segurança pública. Seu ex-chefe da Polícia Civil Alvaro Lins tem problemas com a Justiça.

No governo da mulher, Rosinha Matheus, também do PMDB, assumiu o cargo de secretário de Segurança Pública. Quando aspirava a canditadura à Presidência novamente, teve seu nome envolvido em supostos recebimentos de recursos não contabilizados para a sua campanha.

À época, afirmara ser vítima da revista “Veja” , de “O Globo” e do governo Lula, por não dar o mesmo espaço para sua defesa nas matérias. Resolveu então fazer uma greve de fome, iniciada em 30 de abril e que durou 11 dias.

O processo contra Garotinho tramita na Justiça.

Maioria do STF vota pela suspensão total da Lei de Imprensa

Por Nonato Viegas

Seis ministros do STF votaram pela suspensão total da Lei de Imprensa, apenas Joaquim Barbosa e Ellen Gracie defenderam a exclusão parcial, por considerarem importante “a fixação de normas para regular” estes temas e “garantir que o Estado possa ser um canal de interferência para sustentar tratamento igualitário entre os cidadãos”.

“Tudo pode interferir e influir na liberdade de imprensa”, disse o ministro Barbosa. “Quando um grupo é confrontado sistematicamente para silenciá-lo e tendo em mente esses riscos que a posição radical me parece que o Estado pode sim ser opressor da liberdade de expressão, fonte de liberdade, desobstruindo canais de expressão cientes ou não que tentam silenciar”.

Barbosa disse ainda temer a concentração dos veículos de comunicação e criticou a postura da imprensa, que “pode ser destrutiva de pessoas públicas e privadas”.

“Sou defensor da mais ampla liberdade de imprensa especialmente sobre a fiscalização de agentes públicos, mas tenho reticências que o mesmo tratamento seja dado ao cidadão comum”, disse.

‘Folha’, ‘Estadão’ e ‘O Globo’ desabam

Por Nonato Viegas

Se “Folha de S.Paulo”, “Estadão”, “O Globo”, “Extra”, “Correio Braziliense” e “Jornal da Tarde” já estavam em alerta, o primeiro trimeste de 2009 fez soar o sinal vermelho.

Seis (“Folha”, “Estadão”, “O Dia”, “Diário de S.Paulo”, “Correio Braziliense” e “TJ”) dos 20 maiores jornais brasileiros tiveram a pior circulação da década. “O Globo” e “Extra” só não entram para o clube da crise, porque já tiveram períodos piores (2003 e 2004), mesmo assim, também caíram muito.

No Rio Grande do Sul, o “Correio do Povo” alcançou a segunda pior circulação desde o ano 2000.

Dados do IVC (Instituto Verificador de Circulação) mostram que a “Folha” fechou o primeiro trimestre de 2009 com média diária de 298.351. No começo de 2000, essa média era de 429.476. Já o “Estadão” caiu de 391.023 para 217.414, na mesma comparação.

“O Globo” também em crise, viu a média diária cair, em 2000, de 334.098 para 260.869, nos três primeiros meses de 2009. Seu resultado é superior apenas a dois outros anos dessa década: 2003 (com 258.485) e 2004 (250.480).

O “Extra” – também dos Marinho – registrou média diária de 264.715, no ínicio do ano 2000 e chegou a apenas 258.324 em 2009.

Em São Paulo, o paulistano popular “Diário de S. Paulo” – das Organizações Globo – fechou o primeiro trimestre deste ano com média de 61.088. Em 2000, quando se chamava “Diário Popular” e não pertencia aos Marinho, chegou a 151.831.

Outro concorrente direto, o “Jornal da Tarde” – Grupo Estado -, caiu de 58.504 para 50.433, no mesmo período.